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Sustentabilidade não é (só) reciclagem


Unsplash @poncho_nj


Quando falo que busco uma vida mais sustentável, muitas pessoas me contam que separar o lixo orgânico do reciclável já é o suficiente para fazermos nossa parte como bons cidadãos. Bom, eu também gostaria de acreditar que isso é o suficiente para sermos considerados sustentáveis. Já comentei num post anterior sobre a porcentagem do lixo que de fato é reciclado no Brasil, e infelizmente não acho que isso tenha mudado nos últimos dois anos. Inclusive, acredito que a pandemia do Covid-19, que forçou o planeta a passar mais tempo em casa, acrescido ao fato de muita gente usar máscaras descartáveis devem ter contribuido para a piora da situação do lixo no mundo.


Eu estaria mentindo se falasse que não consumo embalagens plásticas apesar de ter a consciência de seu destino, mas estou tentando reduzir a compra de produtos que utilizam plástico e tento influenciar outras pessoas a respeito. Acredito que a redução de produtos plásticos não está relacionada diretamente ao conceito de sustentabilidade, mas de um processo que envolve auto-estima, consumismo e economia.

Como assim economia? Vivemos na era do consumismo e o fácil acesso a praticamente tudo nos faz comprar numa velocidade assustadora. É praticamente impossível passar o dia fora de casa sem voltar com algo novo, mesmo que uma garrafa plástica de água. Se quisermos acreditar que toda embalagem plástica é reciclada, a vida seria muito mais fácil. No entanto, o conceito de sustentabilidade engloba minimalismo e reaproveitamento de objetos, como garrafas de vidro e reuso de objetos que iriam pro lixo.

Quando falamos de moda sustentável, para a maioria das pessoas significa uso de materiais reciclados no processo de fabricação. quando na realidade é um processo muito mais complexo, que envolve toda a cadeia de produção e até mesmo ética na compra da matéria-prima, contratação de mão-de-obra, transporte e comercialização das peças. Para quem tem interesse neste tema, existem aplicativos que não apenas verificam estes processos e indicam marcas sustentáveis. como também denunciam marcas que não o são.

Precisamos nos atentar também a um conceito chamado *Greenwashing*, utilizado por grandes empresas para dar a impressão de que elas se preocupam com o meio ambiente, seja utilizando cores na embalagem que remetem a sustentabilidade, criando marcas ou linhas secundárias para imitar as de pequenos produtores, ou utilizando meios de marketing ou vocabulário politicamente correto para vender a imagem de que são empresas sustentáveis ou que praticam responsabilidade social para com o meio ambiente.

Sim, é um universo de informações novas as quais estamos pouco familiarizados. No entanto, não se sinta intimidado nem culpado por (ainda) não fazer a sua parte em prol do planeta. O mais importante é reconhecer que podemos melhorar nossa conduta e buscar informações confiáveis para reivindicarmos melhores opções no mercado. Acredito que o mercado pode se transformar na medida em que a demanda por produtos e condutas mais sustentáveis vier do consumidor, pois precisamos lembrar que vivemos numa economia de mercado dependente de oferta e demanda. Claro que é possível criar a demanda por algo, como a Apple fez ao inventar o Iphone, mas não são todas as empresas que são capazes de realizar tal fenômeno, na mesma escala que Steve Jobs fez.

Ok, falei de economia mas não mencionei a relação entre auto-estima e consumismo. Bom, eu falo por mim e mais especificamente de roupas, cosméticos e acessórios. Ainda compro bastante coisa, mas hoje posso dizer que sou uma consumidora mais consciente no sentido de apoiar empresas e marcas preocupadas com a saúde do consumidor e com o meio-ambiente. Tenho comprado de marcas atentas a quantidade de plástico e emissão de carbono utilizado no transporte, investido em peças básicas e atemporais ao invés de fast-fashion, utensílios domésticos e louças duráveis ou que apoiem artesãos locais, cosméticos veganos e sustentáveis, além de alimentos orgânicos que vem direto da horta. Também tenho me arriscado em produzir meu próprio Kombucha, iogurte, pão, picles, etc. e sei que estou longe de ser uma minimalista ou embaixadora da WWF.

Não vou negar que tenho em casa sacolas plásticas, produtos de higiene e beleza em embalagens impossíveis de serem recicladas, mas a minha consciência está limpa porque sei que estou fazendo o possível para reduzir minha pegada de carbono no planeta e compartilho a minha jornada por onde quer que eu passe, inclusive neste blog e nas minhas redes sociais. Eu ainda estou experimentando receitas caseiras para cuidar da minha saúde e da limpeza da minha casa, mas enquanto eu não dominar esta arte, eu vou seguir comprando de empresas que eu julgo responsáveis, e está tudo bem.

Espero que gostem deste tipo de conteúdo e comentem aqui se quiserem saber mais sobre este assunto!

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