
Comer um prato saudável de vez em quando talvez elimine alguma culpa na consciência, mas nutricionalmente e biologicamente falando, nosso corpo funciona de maneira acumulativa e não eliminatória como nas equações matemáticas.
Embora o brasileiro esteja mais consciente em relação à importância de um estilo de vida mais saudável e a oferta de produtos naturais e orgânicos tenha aumentado nos útimos anos, o hábito do churrasco de domingo, cerveja e fast food domina as praças de alimentação e supermercados devido à fatores culturais e socio-econômicos. Nós somos um povo sociável por natureza e além do contato humano, nos reunimos sempre ao redor de uma mesa, seja de bar ou da cozinha, que inevitalmente envolve álcool, açúcar e alimentos processados. Há algo de errado nisso? Absolutamente não porque trata-se de nossa identidade cultural, mas é válido discutir a frequência, quantidade e consequências do consumo.
O nosso corpo mantém uma memória de tudo que consumimos desde antes do nascimento até a última coisa que comemos hoje. Ou seja, comer um prato de salada por semana ou tomar suco verde quando sua dieta é 99% pobre em nutrientes não te faz uma pessoa saudável. No meu caso, mesmo adotando uma alimentação majoritamente natural, já sinto algumas consequências digestivas e até no meu humor quando consumo carnes, laticínios, embutidos, frituras, doces ou farinhas brancas. Imagine alguém que vive de exageros no dia-a-dia!
Eu estou longe de ser a pessoa mais saudável do mundo, mas assim como eu despertei para uma vida mais equilibrada, eu sinto a necessidade de compartilhar o que eu aprendi em cursos e aplico no meu estilo de vida e me traz benefícios em todos os aspectos. Pelo fato de eu já ter cometido excessos no passado e ter sido uma adolescente glutona que comia macarrão instantâneo, lasanha congelada e frituras quase todos os dias, hoje consigo visualizar os resultados de uma dieta mais natural na minha digestão, pele, sistema imunológico e até produtividade. Sim, o excesso de farinhas e açúcares no meu corpo me causava fadiga, falta de concentração, alergias e inflamações frequentes.
Também faço parte do grupo de pessoas que acreditava que peito de peru light e queijo minas eram saudáveis até alguns anos atrás, e sei que não foi totalmente culpa minha porque infelizmente existem profissionais da área da saúde que não se atualizam e até hoje prescrevem alimentos pobres em nutrientes ou até mesmo cancerígenos para seus pacientes.
Claro que sempre irá existir uma classe de profissionais não qualificados em qualquer indústria, por isso, independentemente da filosofia ou doutrina, uma coisa é verdade e indiscutível: alimentos encontrados na natureza em seu estado integral e orgânico são sempre a melhor opção. Caso a sua realidade esteja longe disso, faça substituições conscientes e reduza a quantidade daquilo que faz mal pro seu corpo. No exemplo abaixo é possível verificar que muitas vezes optamos por versões menos saudáveis por comodidade ou gosto pessoal, mas poucas vezes é de fato por um fator econômico pois um suco é mais caro que a fruta ao natural.
Ordem de prioridade:
Fruta orgânica inteira fresca
Fruta inteira fresca
Fruta inteira congelada
Suco natural da fruta fresca
Suco da polpa da fruta
Suco na garrafa de vidro sem conservantes
Suco na caixinha com conservantes
Obs: se nenhuma das alternativas anteriores é possível e você só tem a opção de refrigerante, opte por água ou nada porque é melhor ficar do jeito qu está do que ingerir calorias vazias que possam te causar alguma doença no futuro.
*Texto originalmente publicado em 14 de janeiro de 2021 no meu blog culinário (www.helpmeinthekitchen.wordpress.com)
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